Estudantes de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) estão se organizando para nesta sexta-feira (28) ocuparem o prédio da reitoria. O movimento pretende fortalecer a reivindicação deles pela defesa dos seus respectivos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e, assim, concluírem a graduação já que por lei, com 75% da carga horária é possível se formar em meio a uma estado de calamidade pública como é o caso da pandemia da Covid-19.
“Recebemos a informação de que seria ilegal apresentar o TCC entre 4 e 18 de fevereiro, e que quem defendesse antes desta data não teria a nota porque não estaria matriculado na cadeira. Isso é arbitrário, um verdadeiro absurdo. Se a gente pode iniciar o estágio de GO [Ginecologia e Obstetrícia] antes da matrícula, a gente também pode defender o TCC, o próprio regimento da UFCG fala que precisamos da anuência do orientador, algo que nós já temos. Fui hoje no Ministério Público fazer a denúncia, mas já estava fechado. Sugiro que amanhã [sexta-feira] pelos menos umas 15 ou 20 pessoas possam ir até a reitoria falar com o reitor, nós precisamos de uma solução”, revelou Nathalia Wandenkolk, uma das estudantes, que completou: “Não é para fazer algazarra, nem quebrar nada, é para fazer volume, chamar atenção e expor o que está acontecendo com a gente”.
Maria Luiza Rodrigues reforça a insatisfação da turma. “Somos os próximos a nos formar, a última turma se formou em maio do ano passado e desde então lutamos para conseguir a formatura, inclusive pararam nossos estágios, mas conseguimos voltar. Tem uma lei que permite cursos de Saúde se formarem com 75% da carga horária enquanto dura o estado de calamidade que foi até o dia 31 de dezembro de 2020, porém o Congresso Nacional ainda não voto e esta recomendação não foi revogada, ou seja, a lei está valendo. Estamos cumprido tudo aquilo que a Universidade nos pede e todas as vezes que pedimos este adiantamento algo novo é solicitado e ninguém resolve nada”, argumentou.
A estudante ainda informou que pessoas foram aprovadas em residências médicas e concursos públicos, mas que por conta do processo burocrático, não podem assumir seus cargos e funções. “Algumas pessoas da minha sala passaram em residência, precisam assumir a vaga e não vão conseguir. Um ano perdido de estudo, já que prova de residência só tem no final do ano. Outros passaram em concursos e não vão assumir porque não estão formados”, declarou.
As queixas dos estudantes são direcionadas a Pró-Reitoria de Ensino da UFCG e antes do ato agendado para esta sexta-feira, eles tentarão, mais uma vez, relatar a situação ao Ministério Público (MP).
O Portal Paraíba Debate se coloca à disposição da instituição para eventuais esclarecimentos.
Redação Paraíba Debate
Veja também: