Brasil
Militares investigados estudaram caso Marielle para planejar ataques contra Lula, Alckmin e Moraes
Um grupo de militares, responsável por liderar a chamada Operação “Copa 2022”, é alvo de uma investigação que aponta a elaboração de planos para monitorar e eventualmente eliminar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O esquema teria sido minuciosamente planejado, com inspiração em investigações anteriores sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018. Os suspeitos teriam analisado detalhadamente os passos seguidos pelas autoridades no caso Marielle, utilizando esse conhecimento para evitar erros que pudessem levar a uma possível identificação ou interceptação de suas ações.
A análise foi tão aprofundada que a Polícia Federal descreveu o material apreendido como uma espécie de “apostila” sobre estratégias investigativas. Essas informações constam em uma representação de 221 páginas encaminhada ao STF pela Polícia Federal no âmbito da Operação Contragolpe.
A ação levou à prisão, na última terça-feira (19), de quatro militares, incluindo um general reformado, além de um agente da própria Polícia Federal. Todos são acusados de envolvimento no plano para assassinar as principais lideranças políticas do país.
De acordo com a PF, o grupo demonstrou elevada sofisticação na execução de seus planos, utilizando técnicas avançadas, como a compra de “telefones frios” — dispositivos registrados com dados de terceiros para dificultar a rastreabilidade. Esses métodos foram descritos pela polícia como parte de uma “engenharia fática e circunstancial” para manter as atividades em sigilo.
A investigação destaca que os suspeitos também participaram de um processo de anonimização de comunicações telefônicas, sugerindo a colaboração de pessoas com alta especialização técnica.
Segundo o relatório, um dos documentos apreendidos durante a operação foi crucial para desvendar parte das estratégias do grupo. Denominado “NA_cyber”, o material ajudou a polícia a compreender o nível de organização e as ferramentas empregadas pelos investigados.
O caso expõe a gravidade das ameaças contra líderes políticos e evidencia a necessidade de medidas rigorosas para proteger as instituições democráticas do país. A Polícia Federal continua as investigações, que prometem trazer à tona novos detalhes sobre a complexa rede por trás desses ataques planejados.
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