PF Indicia Bolsonaro e Outros 36 Envolvidos em Suposta Tentativa de Golpe de Estado em 2022

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A PGR irá analisar o material e decidir se apresenta denúncia contra os indiciados. Caso isso ocorra, o processo seguirá para julgamento no STF.

Entre os indiciados pela Polícia Federal (PF) estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva Walter Braga Netto, que comandava a Casa Civil na época; o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Valdemar Costa Neto, presidente do PL; além de outras 32 pessoas.

Segundo a investigação, o plano teria sido elaborado em 2022, com o objetivo de impedir a posse de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), após a vitória nas eleições de novembro daquele ano.

A PF revelou detalhes de um suposto plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”. O documento indicava estratégias para a execução de Lula, Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes, caso o golpe fosse bem-sucedido.

De acordo com a polícia, o plano descrevia o uso de recursos humanos e armamento avançado, aplicando táticas militares sofisticadas. Além disso, previa a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” composto pelos próprios investigados, com a função de gerenciar os conflitos institucionais gerados pelas ações golpistas.

Crimes Investigados

Os atos atribuídos aos investigados configuram os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, conforme o Código Penal e a Lei de Segurança Nacional.

O caso segue aguardando a análise da PGR, que decidirá os próximos passos do processo.

Foto: Reprodução/Rosinei Coutinho/SCO/STF