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Paraíba

Estudante faz denúncia grave contra professor da UEPB durante evento na instituição; entenda o caso

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Campus V da UEPB, em João Pessoa. (Foto: Divulgação/Reprodução/Francisco França/Arquivo Jornal da Paraíba)

Campus V da UEPB, em João Pessoa (Foto: Divulgação/Reprodução/Francisco França/Arquivo Jornal da Paraíba)

Durante a abertura de um fórum internacional na UEPB, uma estudante de Relações Internacionais denunciou um professor por assédio moral contra ela e assédio sexual contra outras colegas. A denúncia ocorreu durante a cerimônia, no campus V da UEPB, em João Pessoa, onde a estudante atuava como cerimonialista, e foi transmitida ao vivo pelo YouTube. A estudante pediu para não ser identificada.

“Eu gostaria muito de deixar claro que dentro da UEPB há acontecido alguns casos de assédio oriundos de um professor específico, o professor dr. Paulo Kuhlmann. Eu fui uma das alunas assediadas. Paulo sugeriu que eu, como mulher, não poderia participar e estar ativa no FoMerco [Fórum Universitário Mercosul, evento no qual aconteceu a denúncia] porque eu sou mulher e estaria tendo um caso com o coordenador do curso”, declarou a estudante na abertura do evento, após anunciar os membros da mesa e antes de passar a palavra para o primeiro integrante iniciar a cerimônia.

Paulo Kuhlmann, professor do curso de Relações Internacionais da UEPB, é mestre e doutor em Ciência Política, com foco em redução da violência e construção da paz em nível local. Além de sua carreira acadêmica, ele também trabalha como palhaço social.

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Apesar de ter denunciado o professor à ouvidoria da UEPB, a estudante afirmou que sua denúncia não foi aceita.

“A ouvidoria disse que era a minha palavra contra a do professor, e que como eu não tinha provas, não tinha como provar o que ele disse. Ele [o professor] perguntou se eu estava na lista de peguetes do professor Carlos Enrique, e a ouvidoria não acatou as minhas denúncias, então eu entrarei com um processo jurídico e um boletim de ocorrência contra o dr. Paulo Kuhlmann”, disse a aluna.

Ainda durante a fala, a estudante relatou outros casos de assédio, desta vez sexuais, e que teriam acontecido contra outras colegas.

“Eu falo por todas as vítimas do Paulo, foram muitas vítimas, muitas meninas que vieram até mim e que vieram denunciar esse professor que é um assediador. […] Eu não mereço ter que ouvir um professor dizer que eu estaria tendo um caso com o coordenador do curso no meio do meus colegas; um professor que sai dizendo, para uma menina que apresentou um trabalho, que ele iria gozar depois da apresentação dela; de virar para uma outra menina e dizer que tem tesão nela; e de sugerir o uso de vibradores com alunas. Isso é inaceitável e a UEPB foi omissa, porque foi denunciado”, relatou.

Durante ainda a cerimônia de abertura, a vice-reitora da UEPB, Ivonildes Fonseca, se pronunciou em resposta ao relato da estudante. Ela pediu desculpas à estudante e afirmou que a universidade não tolera qualquer forma de violência. A vice-reitora também mencionou a existência de um painel de transparência que registra casos de investigação e punição de professores denunciados por assédio. Ela garantiu que a atuação da ouvidoria será apurada e encorajou a estudante a procurar a polícia e o Ministério Público.

“Outros casos já chegaram para a gente, de outros dois cursos, e elas foram dizer: ‘professora, a gente vai para a polícia, vai para o MP’. Eu digo, vá. Porque nós temos limites de competência, e muitas vezes os processos se arrastam e não tem a velocidade que a gente quer. De repente a polícia e o MP podem ser mais rápidos. […] Peço desculpas, porque tem uma mulher clamando, e eu como mulher não posso deixar uma mulher clamando sozinha, eu estou com você”, completou.

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