Instituto Histórico de Campina Grande vai homenagear paraibano Irenêo Joffily

Uma vida dedicada à memória histórica, assim foi a trajetória de Irenêo Joffily, que se aprofundou na pesquisa histórica e geográfica, para que as gerações atuais pudessem conhecer e compreender melhor as origens da Paraíba.

Em reconhecimento ao legado deixado pelo historiador, advogado, jornalista e escritor, a diretoria do Instituto Histórico de Campina Grande – IHCG presta anualmente uma homenagem póstuma, ao paraibano, no dia 7 de fevereiro, data de aniversário de morte de Irenêo Joffily.

Na próxima terça-feira, 07/02, data que marca o aniversário de 121 anos da morte do paraibano, a partir das 08h, o presidente do IHCG, Vanderley de Brito, a presidente de Honra do Instituto, Ida Steinmüller e demais membros da Casa de Memória farão uma limpeza no túmulo no Cemitério do Monte Santo, onde está sepultado o paraibano.

Uma iniciativa que tem se repetido desde 2019, quando o Instituto Histórico de Campina Grande assumiu a responsabilidade de fazer a manutenção do jazigo de Irenêo.

“A primeira lavagem foi bem trabalhosa, aja visto o estado em que se encontrava o túmulo, mas nos anos seguintes o serviço é relativamente muito mais brando”, afirma Ida Steinmüller, que tem participado de todas as lavagens.

Segundo o presidente do Instituto Histórico de Campina Grande, Prof. Vanderley de Brito: “embora voltemos todos ao pó, a imortalidade de uma pessoa está ligada à memória de sua contribuição para com a sociedade, e Joffily foi um desses cuja vida não foi em vão”.

O vice-presidente da Casa, Dr. André Brasileiro, acrescenta: “Fazemos questão de nós mesmo realizarmos o serviço braçal, pois a lavagem do túmulo de Joffily não é apenas uma atividade de manutenção da memória desse grande ícone de nossa história, mas também um gesto de humildade dos historiadores atuais para um grande historiador do passado”.

A cada ano, além da lavagem do mausoléu, o Instituto realiza uma ação de beneficiamento do monumento fúnebre. Em 2023 será afixado no túmulo um QR-code para que os visitantes do cemitério possam conhecer a trajetória de Irenêo Joffily e sua importância para o Estado.

Outra ação do IHCG para este ano será a realização de uma Assembleia Geral para incluir no Estatuto da Casa a obrigatoriedade anual desta atividade.

“Hoje nós temos essa preocupação de zelar pela memória de nosso historiador maior, mas é importante que as gerações futuras não deixem cair no esquecimento este monumento que é sua última morada”, ressaltou o presidente do IHCG.

Sobre Irenêo Joffily

Irenêo Ceciliano Joffily foi um dos maiores intelectuais da história de Campina Grande.

Foi advogado, promotor público em São João do Cariri, cronista de diversos jornais, Conselheiro e Juiz Municipal de Campina Grande, deputado provincial, deputado geral e também foi jornalista, fundando em1888 uma folha sabática intitulada Gazeta do Sertão, o primeiro jornal semanário da Rainha da Borborema.

Além disso foi militante republicano e abolicionista. Com afinco, Joffily se dedicou à pesquisa histórica, e em 1892 publicou o livro “Notas sobre a Parahyba”, a primeira publicação sobre a história da Paraíba. Em 1893 ele publicou a obra “Sinopse das Sesmarias da Capitania da Parahyba”, reunindo documentos do Arquivo Público do Estado que hoje não mais existem, de modo que as obras do idealista e historiador são fundamentais para se pesquisar a história da Paraíba.

No dia 07 de fevereiro de 1902, o filho ilustre de Campina Grande faleceu e seu corpo foi sepultado na alameda principal do Cemitério do Monte Santo. Em 1920, a esposa e filhos dele se mudaram para Santa Catarina, e desde então o túmulo onde foi sepultado ficou em abandono.