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LUTO NA MÚSICA: Morre por Covid, Genival Lacerda após mais de um mês internado no Recife

O eterno Senador do Rojão e Rei da Munganga, Genival Lacerda, internado em estado grave no Hospital Unimed I, na Ilha do Leite, na região central do Recife, morreu na manhã desta quinta-feura (7), de covid-19. Seu Vavá como era chamado tinha 89 anos e era natural de Campina Grande. A informação foi confirmada pelos filhos Genival Lacerda Filho e João Lacerda, que fizeram postagens em sua rede social informando o falecimento do pai.

Genival Lacerda estava intubado, “fazendo uso de drogas vasoativas” e fazendo uso de antibióticos.

Lacerda foi internado no dia 30 de novembro. Ele estava em casa quando passou mal e no dia 16 de dezembro, o boletim médico considerou o estado de saúde do cantor “gravíssimo”.

Na ocasião, o artista estava com ‘comprometimento do pulmão devido a infecção’.

Em maio do ano passado, Genival sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e foi diagnosticado com Alzheimer.

Genival Lacerda Cavalcante nasceu em 5 de abril de 1931 e iniciou sua carreira aos 18 anos de idade num programa de calouros de Campina Grande, sua terra natal, onde passou a compor o casting oficial dessa emissora a partir de 1953.

Confira a seguir algumas informações sobre a carreira do Senador do Rojão, de acordo com o Dicionário Cravo Albin:

Em 1956 lançou pela Mocambo o seu primeiro disco interpretando o “Coco de 56” de sua autoria e João Vicente e o xaxado “Dance o xaxado” de sua autoria e Manoel Avelino. Em 1957, gravou de Antonio Barros o rojão “Dança do bombo” e o coco “Balança o coco”. Em 1961 gravou de Rosil Cavalcânti a moda de roda “Noé, Noé” e o “Coco de roda”.

Em 1962 gravou a moda de roda “Vasante da maré” de sua autoria e Antônio Clemente e o “Coco de cajarana” de sua autoria e Jacinto Silva. No mesmo ano adaptou com Antônio Clemente o coco “Mariá” de motivo popular e compôs com Rosil Cavalcânti o coco “O delegado deu ordem”. Em 1963 gravou de sua autoria e Antônio Clemente o coco “Cajueiro abalou” e o arrasta-pé “Tomaram o meu amor”.

Em 1975 gravou com enorme sucesso “Severina xique-xique”, que fez parte do LP “Aqui tem catimberê”. Graças a essa composição de sua autoria e João Gonçalves vendeu cerca de 800 mil cópias. Em 1976 lançou pela Copacabana o LP “Vamos Mariquinha”, interpretando, entre outras, “É aí que você se engana” de sua autoria e João Gonçalves, “Forró da gente” de Onildo Almeida, “Sanfoneiro alagoano” de Brito Lucena, “Eu preciso namorar” de Gordurinha e “A mulher da cocada” de sua autoria e João Gonçalves. No mesmo ano, gravou pela Polyfar, outro LP com seu nome como título, onde registrou, entre outras, “Esse coco é bom” de sua autoria e Genival Santos, “Ninguém vive sem amar” de Juarez Santiago, “Quero me casar” de Gordurinha e “Chegue mais pra cá”, em parceria com Francisco Azulão.

Em 1977, lançou o LP “O homem que tinha três pontinhos”, no qual interpretou de Cecéu e Graça Góis “Gente quase boa”, “Mamã” e “Segure a cabra” e de sua autoria e Luiz Santa Fé “O homem que tinha três pontinhos” e “Sacolejando”. Em 1985 lançou pela RCA o LP “Caldinho de mocotó”.
Em 1987 gravou com grande sucesso o LP “A fubica dela”, pela RCA com arranjos e regência de Sivuca e com a participação dos músicos Sivuca e Dominguinhos no acordeom e Coroné, integrante do Trio Nordestino na zabumba. Desse disco destacaram-se as composições “É nóis aqui forrumbando” dele e Accioly Neto, “A cobra de camelô” com João Gonçalves, “Fio dental” dele e Jorge de Altinho e “Seu amor é mesmo um doce”, em parceria com Cecílio Nena.

Alguns de seus maiores sucessos foram “Radinho de pilha” de Namd e Graça Góis, posteriormente regravado pelo conjunto de rock “Camisa de Vênus”, “Tem pouca diferença” de Durval Vieira, que ele gravou acompanhado pelo grupo Capital do Sol e “Mate o véio, mate”.

Com estilo satírico e picante, em cerca de 40 anos de carreira, já havia gravado 38 LPs.
Em 1999, participou do disco “Marinês e sua gente – 50 anos de forró”, cantando ao lado de Marinês o  “Forró do beliscão”, de Ary Monteiro, João do Vale e Leôncio. Em 2000 lançou, pela gravadora CID, o CD “Genival Lacerda ao vivo”, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, contando com as participações especiais de Dominguinhos e de Osvaldinho do Acordeom, e de Durval Pereira, no zabumba, pandeiro de triângulo, em show realizado na casa de espetáculos Coringa em São Paulo.

No CD estão presentes diversos sucessos de sua carreira, entre os quais “Severina Xique Xique”, “Radinho de pilha”, “Mate o véio” e “Caldinho de mocotó”. Em 2004,  foi homenageado pelos mais de 50 anos de carreira, cantando com com a cantora Clemilda, durante o IV Fórum de Forró de Aracaju no Teatro Atheneu. Na ocasião realizou um concorrido show durante o evento.

Em 2008, fez uma turnê pelos principais centros do forró nordestino, dentre os quais Aracaju, Caruaru, João Pessoa e Juazeiro. Essa turnê deu origem, no mesmo ano, a um documentário “É tudo verdade – O Rei da Munganga”. O filme, que acompanha Genival na sua mais recente viagem pelo nordeste, teve produção, roteiro e direção de Carolina Paiva, e contou com a participação especial da Orquestra Sinfônica Jovem do estado da Paraíba, que acompanhou o cantor em algumas músicas.

Durante o documentário, que foi dedicado à memória de Marinez, sua ex-esposa, são tocados sucessos como “Severina Chique-Chique”, do prórpio Genival Lacerda; “Maristela”, de Pinto do Acordeon; e “Minha origem”

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