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Pesquisadores da UEPB devolvem estudo para mapear o novo Coronavírus em Campina Grande através do esgoto

A pandemia da Covid-19 vem exigindo um grande esforço da comunidade científica em todo o mundo. Desde o surgimento dos primeiros casos, os cientistas enfrentam uma batalha, não apenas pela vacina, mas para identificar e conter o avanço do vírus. Na Paraíba, uma pesquisa do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental e do programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) pretende identificar e monitorar o novo Coronavírus em Campina Grande através do estudo da malha sanitária da cidade.

A pesquisa é realizada em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com apoio da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (FapesqPB). O projeto, iniciado em agosto do ano passado, está na fase de análise de dados, uma vez que a primeira parte do trabalho de coleta de amostras já foi realizado. Ao todo, 17 pessoas trabalham no projeto, entre professores e estudantes.

O coordenador do estudo, professor José Tavares, explica que a iniciativa representa avanços na epidemiologia do esgoto, no monitoramento e no rastreamento do SARSCoV-2 para a Paraíba. Para isso, os pesquisadores têm utilizado tecnologias sofisticadas para diagnósticos, com disponibilidade escassa em laboratórios do Estado.

A coleta das amostras foi feita em três bacias sanitárias de Campina Grande, com base nos dados coletados e fornecidos pela Cagepa a partir do sistema de esgotamento da bacias Leste, Oeste e do Glória. Somente as bacias Leste e Oeste transportam os esgotos de cerca de 123.174 ligações para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Catingueira. Já a Bacia do Glória reúne cerca de 2.947 ligações. O número total de domicílios ligados a rede de esgotamento, nas duas estações de tratamento, soma 126.121 ligações, conforme dados da Cagepa.

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Para desenvolver as atividades do projeto nos pontos de amostragem para coleta dos esgotos, os pesquisadores seguiram várias etapas, como a preparação e o estabelecimento de protocolos; aquisição de insumos para o consumo em laboratórios; manutenção de equipamentos; treinamento da equipe para coleta das amostras; preparação, manuseio e execução dos protocolo pré-estabelecidos; além da análise dos dados gerados.

Além da presença da carga viral no material coletado, a pesquisa também procura definir a viabilidade do vírus em função da temperatura, a eficiência da remoção em diferentes processos de tratamento, bem como saber as condições mais precisas de coleta e preservação das amostras.

Os resultados permitem não apenas a identificação de regiões específicas atingidas pelo vírus, mas também fazer a relação entre a confirmação do vírus no esgoto e os casos confirmados. As diferenças podem apontar para os casos assintomáticos e para a subnotificação resultante. Nessa pesquisa, também será possível fazer uma relação entre a concentração do vírus no esgoto e a vulnerabilidade das comunidades.

“É possível saber, através do mapeamento georeferencial, a localização do bairro e a rua que tem a população com surto da Covid-19”, conta o professor. Assim, segundo o pesquisador, as autoridades de saúde podem propor quarentena para populações regionalizadas da cidade de Campina Grande, podendo ser gerenciada por bacia de esgotamento sanitário.

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