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Proteção de vacina da Pfizer para casos graves da ômicron pode chegar a 70%, segundo estudo
A vacina do laboratório americano Pfizer é globalmente menos eficaz contra a ômicron, mas protege contra 70% dos casos graves, segundo um estudo apresentado nesta terça-feira, 14, e realizado na África do Sul, onde foi detectada a nova variante do coronavírus em novembro.
Esta nova variante da Covid-19 levanta muitas questões. Segundo as primeiras observações dos cientistas, embora seja mais transmissível, seu alto número de mutações levanta dúvidas sobre sua resistência às vacinas.
O estudo, elaborado pela maior agência de seguros de saúde privados do país, a Discovery, com cientistas do Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica (SAMRC, em inglês), se baseia nos resultados de 78.000 testes PCR obtidos entre 15 de novembro e 7 de dezembro.
“A segunda dose da vacina Pfizer apresenta uma eficácia de 70% na redução das hospitalizações”, declarou durante coletiva de imprensa pela internet o presidente da Discovery, Ryan Noach. Esta vacina tinha, até agora, 93% de eficácia nos casos graves.
De forma geral, “a eficácia da vacina é sensivelmente menor quando há um número elevado de casos breves entre as pessoas vacinadas”, acrescentou Noach. Este estudo mostra uma eficácia de 33% contra o risco de contágio, quando há muitas reinfecções, por 80% contra a variante Delta.
“A gravidade dos casos é 25% menor que os da primeira onda” da pandemia, afirmou o doutor Cheryl Cohen, do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD), que participou do estudo.
A presidente da SAMRC (uma organização pública de pesquisa médica), Glenda Gray, considera os resultados “extremamente animadores”, já que “a vacina foi desenvolvida para proteger das hospitalizações e mortes”.
“Apesar de haver casos menos graves, os sistemas de saúde poderiam ficar saturados pela quantidade de casos, devido à rápida expansão da ômicron”, alertou Noach.
A África do Sul vivencia um aumento exponencial dos casos desde o surgimento da ômicron. Seriam 90% dos positivos. O país é o mais afetado do continente pela epidemia, com 3,1 milhões de casos e mais de 90.000 mortes.
Pouco mais de 25% dos 59 milhões de sul-africanos estão totalmente vacinados, muito mais do que no restante do continente, mas ainda longe do resto do mundo.
A África do Sul administra as vacinas da Johnson & Johnson e Pfizer (20 milhões de doses desta última foram injetadas). Além disso, o governo anunciou que vai aplicar uma terceira dose a partir de janeiro.
Fonte: AFP