Cidades
Falha humana é responsável por 90% dos acidentes de trânsito ocorridos em Campina
A Prefeitura de Campina Grande, por meio da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP), divulgou o balanço dos atendimentos a acidentes com vítimas, realizados no mês de setembro pela autarquia em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
105 acidentes de trânsito foram atendidos, em conjunto pelos dois órgãos. Nos locais das ocorrências, os agentes de trânsito fizeram levantamentos das circunstâncias dos sinistros, com objetivo de encontrar as causas dos acidentes. Esses dados foram tabulados e organizados pelo Setor de Estatística.
Foram identificados 157 fatores condicionantes dos acidentes. Esses fatores foram agrupados em quatro grupos, sendo que o principal foi a falha humana, englobando 90,4% (142) das motivações dos sinistros. Os outros fatores foram agrupados em má condição viária (3,8%), má condição climática (3,2%) e defeito mecânico (1,9%).
Com relação às 142 falhas humanas, observou-se que a maioria acontece pela falta de atenção 42,3% (60). Em seguida está a velocidade incompatível com a via 21,1% (30); e, em terceiro lugar, o desrespeito à sinalização com 15,5% (22).
Foram verificadas ainda, dentro das falhas humanas, a ingestão de álcool (10 casos), falta de distância de segurança entre os veículos (nove casos), ultrapassagem indevida (dois casos), entre outros.
Os acidentes relacionados à má condição viária aconteceram, principalmente, por defeito na via (duas ocorrências). Houve ainda a falta de pavimentação, falta de sinalização, falta de limpeza na via e iluminação precária, todos esses com um caso.
Vale ressaltar que 179 veículos se envolveram nos 105 acidentes. Destes acidentes, 102 motocicletas (57% do total de veículos) estavam envolvidas em 92 ocorrências. Foram contabilizados 63 automóveis nos sinistros, sendo 35,2% do total de veículos. Os outros veículos considerados são bicicleta (8 casos), caminhão (1), caminhonete (1) e ônibus (2). Em dois casos, os veículos não foram identificados.
O superintendente da STTP, Carlos Dunga Júnior, destacou a problemática representada por esses números.
“São dados preocupantes, mas que estão de acordo com as estatísticas nacionais relacionadas aos acidentes. Desenvolvemos campanhas educativas, reforçamos a sinalização em diversos pontos da cidade e nossas equipes de fiscalização estão nas ruas. Mas, os condutores precisam respeitar as leis de trânsito para diminuir os acidentes e mortes no trânsito”, explicou o gestor.
Causas relacionadas
Os acidentes que tiveram como uma das causas a falta de atenção, relacionada ao tipo de sinalização existente no local, somaram 60 ao todo. Os dados mostram que esse comportamento faz o condutor desperceber tanto a sinalização horizontal quanto a vertical em 32 ocorrências ou 53,3%.
Os dados mostram também que, considerando a relação entre a falta de atenção e o tipo de acidente, a colisão lateral 53,3% (32), é o principal tipo de ocorrência relacionada a esse comportamento, seguido de queda de moto (13,3%) e colisão traseira (10%).
Núcleo de Estudos de Acidentes de Trânsito (NEAT)
Criado pela STTP, o Núcleo de Estudos de Acidentes de Trânsito (NEAT) tem como meta coletar dados e analisar casos de acidentes. Essas informações irão integrar as estatísticas interinstitucionais, subsidiando o fortalecimento de políticas de prevenção de lesões e mortes no trânsito, por meio de planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações.
Neste mês de novembro, a STTP deve realizar um grande fórum de caráter nacional para apresentar e divulgar as ações do NEAT para órgãos de trânsito, de controle (a exemplo do Ministério Público) e de segurança pública de todo o Brasil.
A parceria STTP/SAMU, no atendimento às vítimas de acidentes de trânsito, é resultado do trabalho do Núcleo. Pelos termos do acordo, STTP e SAMU estão conectados permanentemente via rádio. Quando há um acidente de trânsito com vítima, os operadores do SAMU informam imediatamente aos agentes de trânsito da STTP, que vão ao local no menor tempo possível para prestar o apoio.
Desta forma, os agentes coletam, em tempo real, dados sobre os acidentes para alimentar o setor de estatística do órgão. A partir daí são levantadas as causas dos acidentes nas vias da cidade e propostas as soluções viárias (sinalização, fiscalização e educação) para diminuir o número desse tipo de ocorrência.